domingo, 30 de janeiro de 2011

Reinaldo Lourenço - Ghetz - Ellus - Neon - Amapô e Alexandre Herchcovitch - SPFW inverno 2011

Posted by It is moda On 16:58 No comments

Hey,chegou a vez de vim aqui mostrar um pouco como foi mais um dia da semana da moda de SPFW . A matéria posta aqui hoje será de ontem (dia 29 de janeiro de 2011 ),não estava presente ,então não pude postar aqui, mais hoje irei falar sobre os desfiles de ontem,e logo mais sobre os de hoje .
Começando com :

           Reinaldo Lourenço .
A alta-costura foi homenageada por esta coleção de Reinaldo Lourenço que merece também uma homenagem pela mestria, rigor e beleza do seu trabalho. Reinaldo apresentou suas formas sóbrias, mas muito sensuais e sofisticadas, em apenas duas cores: o branco e o preto com apenas um toque de vermelho nas bocas estampadas dos vestidos pela canela da primeira entrada.
Foi o quanto bastou para abrir o apetite para as muitas  peças montadas em tule e feitas de centenas  tirinhas de couro num jogo de esconde/ mostra de transparências bem colocadas e elegantes.
Não contente com essa entrada de alto nível, Reinaldo ofereceu uma riquíssima releitura da antiga estola, aquela faixa de tecido que as mulheres dos anos 1930 e 40 usavam nos ombros para entrar e sair das festas. Para seu uso nos anos  2011, Reinaldo conseguiu atualizá-la e transformá-la em coletes de smoking ou frentes de belos vestidos de  coquetel.
A cereja do bolo deste banquete de moda foram os modelos inteiramente bordados de pérolas negras ou brancas num relevo de poá ao mesmo tempo simples e suntuoso.


















             Ghetz 
 Lucas aposta em silhuetas ora arredondadas, ora quadradas. Casaquetos (quase boleros) usados com calças sequíssimas de um lado; vestidos e casacos arredondados, quase casulos, com volume formado por plissados do outro. Entre eles o plissado em detalhes estratégicos de vestidos curtos (bem jovenzinhos) ou calças e bermudas pantalonadas, setentonas. Por falar na década, ele também retoma a gola rulê, que há tempos não dá as caras, em malhas justíssimas ao corpo.
 Falta mesmo saber para quem é a "nova marca de tricô de luxo". Alguns looks são clássicos, outros fashionistas, outros jovens, outros mais sóbrios. É para todas e para nenhuma ao mesmo tempo.
Do trabalho de texturas que fazem tanto sucesso na sua marca própria, pouco aparece - pequenos hexagonais dão volume e algo de efeitos ópticos. E um belíssimo jacquard, com detalhes em roxo e vermelho, mostra a junção do talento com o chão de fábrica.

















                       Ellus
E o 3D chegou de verdade à moda brasileira. A Ellus dispensou fotógrafos e modelos e colocou jornalistas e convidados para assistir ao seu inverno em uma sala de cinema dentro da Bienal, óculos vermelho-e-azul nos narizes. A projeção, um videodesfile estrelado por Aline Weber, musa futurista da marca, e Rafael Lazzini, coadjuvante masculino da coleção.
Futurista pois nômades de tempo e espaço são a inspiração da belíssima coleção, forte como há algumas temporadas a marca não mostrava, com Rodolfo Murilo (ex-Carlota Joakina) liderando a equipe de estilo. 
Em preto, branco e prata, a pegada é invernal e urbana. O time fez um bom trabalho de atualização de modelagem e tecidos além do jeans - náilons amassados, couros e sedas.
Elas ganham vestidos e calças com plissados e costuras com correntes e couros, desenhando detalhes e desmontando a silhueta, mais aplicações de paetês variados - quadrados ou dos convencionais. Eles, ofuscados pela Barbarella Weber, têm à disposição alfaiataria feita com seda em xadrez desfocado.
O jeanswear - blue ou de lavagem claríssima - tem aplicação de tinta metálica. E, pá!, brilham na luz negra - caso você precise de uma calça que acenda no escuro, em um momento futurista qualquer. 




















                           ♥  Neon
De volta à apresentação da Neon os quadros vivos que sempre foram um dos pontos altos da marca. Num tablado branco com degraus negros (como o teclado de um piano), um grupo de modelos sentadas e de pé fazem carão e poses para o público. Uma a uma descem e interpretam o modelo das roupas cheios de referencias surrealistas, como mãos, luvas, corações, bocas e laços ópticos.
Esta primeira leva teve alguns modelos interessantes pela graça dos elementos utilizados como no vestido de malha metalizado, o vestido-Rita-Comparato com sua franja e boca sempre vermelha e as mãos que abraçavam o corpo de Marina Dias. Na segunda entrada o efeito foi menos impactante e a falta de roupas menos fantasiosas se fez sentir. 
A mistura de peças muito esportivas como o maiô gráfico com capuz e os longos de festa num mesmo bloco causou um ruído indesejado. A aposta maior de moda que se pode detectar  foi a de calças mais larga com quimono curto apertado na cintura e alguns vestidos curtos e mais alongados.
Faltou um pouco de moda e de clareza de proposta que um desfile curto e performático deve ter. Por mais charmoso que ele seja.














                          Amapô
o que quer o jovem de hoje? Ser menino ou ser menina? Usar roupas pesadas ou leves? Cobrir-se de estampas ou de tons sóbrios como cáqui e camelo? Viver na cidade ou perto da natureza? E o tempo: está calor ou frio lá na rua? Não é fácil viver nas dicotomias que se anunciam nessa segunda década do século 21. É a capacidade de absorver essa (justa) esquizofrenia juvenil e trabalhá-la conscientemente que surpreende no trabalho da Amapô.
Ao som de Evanescence e Linking Park, bandas de emocore, Carô Gold e Pitty Taliani colocaram na passarela meninas que sobrepuseram calças, saias, blusas, enrolaram-se em tranças (feitas de tecido ou do próprio cabelo), amarraram grandes laços nos braços e na cabeça. Elas estão loucas, mas não perdidas. Como foi lá no desfile de inverno 2009, há um suingue cerebral nessa mistura – mais obscuro do que o maracatu do verão, é verdade, mas ainda assim cheia de tricôs, tules, veludos e sedas devorês coloridos e estampados - porque, na Amapô, até o dark é colorido. Foi para o guarda-roupa delas que as estilistas exploraram o que há de mais fantasioso nessa confusão mental – pense num improvável vestido de “paetês tridimensionais” (cubos enormes e brilhantes) ou numa bota montaria coberta de glitter.  
Novidade bem-vinda no masculino: houve um aumento considerável na quantidade de looks. E, menos andróginos esta temporada, os meninos ganharam um visual nerd de calça + camisa + paletó. Destaca-se o trabalho de (des)construção que vem se aprimorando estação pós estação. As peças são cheias de detalhes, não tem nenhuma em que não se veja um intenso e preciso trabalho de modelagem. 

O desfile levantou o público – e as propostas para os jovens se vestirem no inverno.



















 
                  Alexandre Herchcovitch
O inverno de Herchcovitch vai ser sóbrio e um pouco lúgubre. Um clima de monastério dominou os looks com seus tons escuros, os capuzes dos monges, as rendas das mantilhas das beatas, as capas, as saias batinas. Aqui e ali um alívio trazido pela presença de um verde limão, de algumas transparências nas rendas, de alguns tricôs enfeitado por pérolas. Meias de borracha preta e sapatos pesados não ajudavam a levantar o astral um pouco claustrofóbico e melancólico do conjunto.
Formas severas, roupas longe do corpo, grandes paletós e saias com grandes dobraduras davam o shape das silhuetas distribuídas em tecidos variados como o cetim opaco, o falso astracã, lãs, rendas e um tweed miúdo em tons de cinza e marrom. Foi neste último tecido que Alexandre conseguiu seu momento mais inventivo e leve misturando a lã com abas de rendas e modelando calças e vestidos menores, mais justos e femininos.
Uma coleção bem invernal e sóbria, sem a entrada final surpreendente e arrebatadora com que ele nos habituou.




















Fontes:  Glória kalil .
Postado por : @oivivs

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